Fim de um Mistério de 70 Anos, Cientistas Descobrem O que Havia em Jarros de 2,5 mil Anos na Itália
- kemellawmbmkt
- Aug 27
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Um enigma persistente da arqueologia foi finalmente solucionado: pesquisadores identificaram o que parece ser mel dentro de jarros de bronze de 2.500 anos encontrados no sul da Itália. A descoberta, publicada em 30 de julho no Journal of the American Chemical Society, encerra uma discussão que se arrastava havia sete décadas sobre o conteúdo desses recipientes, resultado direto da fusão entre arqueologia e química moderna.
A investigação começou quando Luciana da Costa Carvalho, química da Universidade de Oxford, voltou sua atenção para oito jarros encontrados em 1954 num santuário subterrâneo em Paestum, uma cidade grega na Itália meridional. Embora os arqueólogos suspeitassem originalmente que o recipiente tivesse armazenado mel por seu cheiro doce e cor amarelada, várias análises nas décadas seguintes nunca detectaram açúcares.
Segundo o portal Live Science, tudo mudou com o uso de técnicas modernas de espectrometria e análise proteômica. Pela primeira vez, os cientistas encontraram açúcares hexoses intactos, como a frutose, além de proteínas típicas da geleia real produzida por abelhas, bem como peptídeos da Apis mellifera, a abelha europeia. Essa composição química é quase idêntica à do mel e da cera de abelha atuais, levando os pesquisadores a concluir que o elemento pastoso dos jarros é, de fato, mel (provavelmente em forma de favo).
A preservação surpreendente desses componentes se deve à presença de íons de cobre no resíduo, com propriedades biocidas, que frearam o ataque de microorganismos e conservaram os açúcares ao longo dos milênios.
Além da reconstituição molecular, a história arqueológica ganhou contornos mais vívidos. Os jarros faziam parte de um heroon, um santuário subterrâneo dedicado a um fundador mítico, possivelmente Is de Helice, ligado à cidade grega de Síbaris. Após sua destruição, os habitantes fundaram Poseidonia, que veio a ser chamada pelos romanos de Paestum.
Fonte: O Globo
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